Thursday, May 31, 2007

Rita Lee + Amir Slama

"Ela nem vem mais pra casa, Doutor
Ela odeia meus vestidos
Minha filha é um caso sério, Doutor
Ela agora está vivendo com esse tal de
Roque enrow, roque enrow..."


E hoje é dia, lalala...
Hoje é dia de moda, dia de "santa" Rita, dia de roque enrow...
Hoje é o dia que a exposição de fotos inéditas da Rita, com a curadoria de Amir Slama, chega a João Pessoa. Tudo isso por causa da nova coleção da Rosa Chá, que foi inspirada no rock paulista e no imaginário da Rita. A mostra se chama "Rock urbano Ritz" e traz fotos da cantora com as t-shirts, além de outras peças da coleção.

mais informações no link do título. =]

Saturday, May 19, 2007

Voltando à ativa...


Acho um pouco esquisitas as semanas de moda daqui de João Pessoa... Todas acontecem totalmente fora do calendário oficial. Semana passada houve o PBFW que me deixava em dúvida se estava mostrando coleções de inverno ou verão. Anyway...

Foi uma semana super complicada, tudo acontecendo de uma só vez. Minha rotina se resumia a “faculdade-jornal-cineport-PBFW”, o que me deixava com apenas umas poucas horas de sono por noite (e nenhuma pra contar tudo o que estava acontecendo nos desfiles). Mas é assim mesmo... Contanza Pascolato que é uma sábia. Li uma vez na Vogue ela dando conselhos para as pessoas agüentarem as maratonas das semanas de moda. E não é que deu certo? Hahahaha... Semana de moda aliada a festival de cinema não é pra qualquer um...

Vamos então ao que interessa!

Aqui em João Pessoa temos dois eventos de moda... O PBFW e o Manaira Shopping Collection, como já disse em posts anteriores. O primeiro é feito pelo Sistema Correio de Comunicação e tem como proposta “mostrar” a moda “made in Paraíba”. Já o segundo é feito pelo Manaira Shopping. É o melhor produzido e mais estruturado, com um time de babar até as camareiras. Mas é feito apenas para as lojas do shopping – que são todas franquias de grandes marcas. Então acaba sendo pouco interessante, já que vemos só a repetição do que acontece no Rio e SP. Quem como eu tenta acompanhar os desfiles pelo menos pelas fotos e releases que saem na Internet acaba achando desnecessário. Independente do que eu acho, são interessantes em suas diferenças e é sempre importante conferir os dois.

O PBFW teve a arte como tema central... Acho que é um evento que tem muito o que evoluir (mesmo tendo um produtor que parece não querer isso). Mesmo assim, coisas boas podem ser tiradas... Alguns desfiles foram realmente lindos (o que prova que eles podem fazer bem feito, é só ter boa vontade). Mas é sempre assim, né? Tudo tem suas limitações. Acho que no final é um evento bem bacana. E os estilistas daqui andam melhorando a cada temporada...

Nos próximos posts comento os desfiles mais interessantes...

E logo, logo coloco o link das fotos que fiz nos bastidores (o legal de ter credencial de imprensa... hahaha).

Sunday, April 22, 2007

Algumas [muitas] novidades


Os meses de Abril e Maio parecem ser alguns dos mais turbulentos do ano para quem gosta de moda e arte. Vamos começar com o que acontece aqui em João Pessoa. Entre os dias 03 e 14 de Maio temos o CINEPORT (Festival de cinema dos países de língua portuguesa). Um festival que acontece a cada dois anos no Brasil envolvendo os países integrantes da CLP, ou seja, os países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Esse festival tem a intenção de integrar a produção de audio-visual desses países, fazendo um intercâmbio de cultura e arte e procurando fortalecer a linguagem do audio-visual nesses países. A partir dessa edição João Pessoa vai ser a sede do evento no Brasil. A Usina Cultural da Saelpa está sendo reformada, ganhando um auditório (enorme, por sinal), sala de cinema e ainda uma praça da alimentação. Ou seja, o lugar que já era o "ponto artístico" mais charmoso da cidade vai ser também um dos mais bem equipados. Uma ótima oportunidade para conferir a produção cinematográfica local (que surpreende a cada filme) e ainda manter o contato com o que vem de fora (e eu falo de filmes e pessoas - quando que nós poderíamos ter a chance de bater um papo com esses diretores e críticos de cinema?). Mais informações aqui.

Para os fashionistas de plantão na cidade, nos dias 8, 9 e 10 de maio acontece mais uma edição do Paraíba Fashion Week. Para quem quer conferir a produção de moda que acontece no Estado, lá é o lugar. O evento está ganhando mais força a cada ano - mesmo ainda tendo falhas marcantes. Mas isso é algo que só a experiência pode mudar. Mesmo assim continua sendo um evento super legal e eu recomendo muito. A moda paraibana está ganhando mais força a cada ano. Estilistas novos surgindo, projetos de cooperativas entre estilistas e artesãos (rococó, renascença, bordado, batik e etc)... Sem falar no primeiro curso de moda de nível superior na cidade que está formando sua turma pioneira em Julho (da qual eu faço parte). É muito interessante conferir isso tudo de perto, super recomendo. [podem ter certeza que sobre esse eu vou escrever tudo aqui no blog]

Fora do circuito João Pessoa a agitação já começou. Em Recife está acontecendo o Cine-PE, um dos grandes festivais de cinema do país. Acontece de 23 a 29 de Abril no Centro de Convenções de Pernambuco.

Para os fashionistas, quarta feira (25 de Abril) acontece no Rio de Janeiro o Seminário Tendências de Verão 2008. Ótimo para quem não pode estar viajando todas as estações para a Europa caçar tendências. No seminário será distribuído um caderno de tendências para cada participante. Maiores informações sobre o seminário é só clicar aqui.

E como grand-finale, em São Paulo nos dias 2 a 4 de Maio temos a 21ª edição da Casa dos Criadores que acontece no Shopping Frei Caneca. Na minha opinião um dos eventos de moda mais interessantes do país. É lá onde os futuros talentos da moda são revelados (e também onde os estilistas não tem medo de ousar), lugar por onde grande parte dos estilistas da SPFW passam quando estão em começo de carreira. A Casa dos Criadores andava meio "sem força" nas suas últimas edições, mas parece que os organizadores e participantes estão tentando mudar isso, até porque é a comemoração de 10 anos do evento, coisa que não poderia passar batida. Em prol das comemorações haverá um desfile de retrospectiva do André Lima, ex integrande do time Casa dos Criadores.

É isso... have fun!


*na foto a Bjork que também é novidade esse mês - está lançando músicas novas em seu myspace. Além de ser uma grande referência de moda e arte. =D

Friday, April 20, 2007

Josephine Blue


Três amigas com muita criatividade e paixão pela moda decidem se juntar para criar vestidos, assim nasceu a Josephine Blue. As amigas são as fofíssimas Rafaela “Barbie” Mendes, Vanessa “Mona” Maciel e Rafaela “Lola” Coelho. As estilistas são estudantes de publicidade que criam vestidos bem a cara delas. A primeira coleção se chama "Menina, bota as pernas de fora". São oito vestidos, todos exclusivos e feitos sob medida. E claro, ora com ares de meninas travessas, ora ladies à lá “Femme Fatale” (sim, do Velvet Underground, pois elas tem cara de década de 60).

Devo dizer que as meninas já começaram com o pé direito. Além de terem um excelente gosto (e disso eu sou prova já que as conheço há um bom tempo), começaram planejando uma coleção super linda. Sem falar no catálogo que elas mesmas produziram, com a sorte de ter no time uma estilista que é uma excelente fotógrafa (Lola já é uma fotógrafa um tanto conhecida nas terrinhas Pessoenses).


Serviço: Por enquanto as "Josephinas" estão sem loja, mas entrando no link do título (orkut da marca) você pode agendar com elas para provar as peças.

Curiosidade: As modelos do catálogo são as próprias Mona e Barbie.

Sunday, April 01, 2007

Marie Antoinette


Todo mundo sabe que os filmes da Sofia Coppola são sensacionais. Mas Marie Antoinette conseguiu definitivamente se firmar como uma obra de arte. Tudo bem, cinema é uma das sete artes, mas esse filme está no nível das obras mais extraordinárias e fantásticas que eu, em minha humilde existência, já conheci. Ela tem todas as características das grandes obras. Esteticamente é lindo e primoroso, isso é indiscutível. As cores que combinam com as nuances da personagem, a trilha que combina perfeitamente com tudo o que está acontecendo... É um filme que fala alto, porém fala baixinho... Baixinho como as moças da corte deveriam falar quando sufocadas pelos espartilhos. E todos os elementos do filme me parecem pedacinhos de uma colcha de retalhos muito bem costurada.

Esse filme foi considerado por muitos críticos como o “filme corajoso” da Sofia. Ao meu ver é um filme lindamente desafiador. Desafiador assim como Antonieta foi em sua vida. Assim como qualquer adolescente é diante dos seus pais. Também como qualquer obra de arte Contemporânea é desafiadora ao seu tempo. E qual o problema em ser desafiador? Qual o problema em mostrar uma Antoinette atormentada por não conseguir seduzir o seu marido com trilha sonora do New Order? Ou que está tão absorta com os problemas do seu casamento e em seguir o protocolo real que resolve gastar uma fortuna em sapatos maravilhosos.

Encare o filme como a leitura de um livro... Daqueles livros gostosos que a gente passa o dia de domingo inteiro lendo e ouvindo música.

Ah, e eu preciso dizer... Rs... A parte em que ela vai ver o sol nascer é a minha favorita do filme (e ela aparece no video do link)

Wednesday, March 28, 2007

Um gigante adormecido


Ao passar pela Rua das Trincheiras, em Jaguaribe, é impossível não perceber o lindo casarão branco com traços de arquitetura Art Noveau que ainda impera em meio a prédios decadentes. Trata-se da sede de um revolucionário projeto cultural universitário criado pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (PRAC) na década de 70, o Núcleo de Arte Contemporânea. Tal Núcleo fez a cultura local ferver entre as décadas de 70 e 80 com um banho de arte de Vanguarda jamais visto na “província”. O projeto ainda existe. Porém, apenas na teoria. Seus dias de glória aconteceram entre o verão de 78 e o inverno de 85.

A idéia foi lançada em um seminário que ocorreu no Museu de Arte Assis Chateaubriand, em Campina Grande. Na ocasião, discutiu-se a criação de um Núcleo de Artes Plásticas e assim nasceu o NAC. A época também era favorável à sua criação. O Estado estava há 20 anos sem mostrar nada de novo no meio artístico. Tudo o que era produzido aqui estava nos moldes da Semana de Arte Moderna de 1922, portanto já não era mais algo de vanguarda.

Além disso, a UFPB também estava passando por um momento de transição com a gestão do reitor Lynaldo Cavalcanti – um dos defensores do NAC. Com o renomado artista plástico Antonio Dias (na época professor do Departamento de Artes da UFPB), Chico Pereira (também artista plástico) e o teórico Paulo Sergio Duarte à frente do projeto, a idéia seria utilizar o espaço para exposições que serviriam de estudo de Arte para estudantes de todas as áreas da UFPB. Essas exposições estariam abertas à comunidade local, fazendo ao mesmo tempo uma reciclagem da arte vista na cidade.

Porém, no Departamento de Artes da UFPB não havia professores que trabalhassem nessa área. Foi aí talvez o grande trunfo do NAC e ao mesmo tempo o que o fez entrar em decadência. Os diretores tiveram que fazer valer de suas influências no meio artístico para assim trazer exposições de grandes nomes da arte contemporânea mundial e brasileira. Para isso, o artista seria contratado como professor por seis meses. Nesse período ele daria aulas na Universidade, estaria à disposição dos alunos para estudos da sua obra e montaria o seu projeto de exposição. Para que isso tudo desse certo também foi fundamental o apoio da Funarte junto à Reitoria.

Com isso, o NAC se transformou num dos grandes pólos de Arte Contemporânea do país. “O NAC se tornou o eixo fora do eixo”, diz o artista plástico e crítico de arte Diógenes Chaves a respeito da importância nacional do NAC na época. Isso porque as grandes investidas artísticas estavam apenas no Sul do país com alguns movimentos como o “Nervo Ótico” (Porto Alegre), o MAM-Rio, MAC-SP e etc.

O projeto foi tão ambicioso que para demonstrar a sua importância estavam presentes no NAC em sua abertura os artistas Mário Pedrosa, Roberto Pontual, Carmem Portinho (ex-diretora do MAM-Rio e ex-diretora da Escola Superior de Desenho Industrial), Alberto Buettenmuller e Ziraldo. O NAC foi o primeiro lugar no Brasil a mostrar a fotografia como arte. Suas exposições eram pautas de grandes matérias do Jornal do Brasil e até do Le Monde. Foi também um dos primeiros lugares no país a mostrar os livros de arte e livros-arte. Em seus dias de glória, passaram pelo local artistas como Flavio Tavares, Gustavo Moura, Cláudio Tozzi, Fred Svendsen, Tunga, Breno Matos, Rubens Guerchmam e Paulo Roberto Leal.

A decadência do NAC começou em 85 quando o projeto já não dispunha do apoio financeiro que havia no começo. Além disso, o prédio passou dois anos sem funcionar. Quando aconteceu a reabertura já não havia interesse dos professores e artistas em continuar o projeto. A revolução artística já havia acontecido na cidade. Os fundadores do Núcleo não estavam mais na UFPB. Sendo assim, o projeto ficou abandonado às baratas. Chegando a ponto de exibir exposições de artesanato e cerâmica para as senhoras da “alta sociedade paraibana”. Os artistas locais sem entender o propósito do Núcleo voltaram-se contra o projeto alegando que este não dava vez aos artistas conterrâneos. Sendo assim, selou-se a “morte” do NAC.

Em 2000, o crítico de arte Fabio Queiroz (FabbioQ.) fez uma tentativa de retomada da ousadia das exposições do NAC. Ele organizou a curadoria de uma exposição chamada “Sem Título”. A investida não obteve os resultados esperados na época, porém foi algo que mexeu com a (mais uma vez) pacata cena artística de João Pessoa. A essa altura, o projeto não funcionava e nem teria como funcionar sem a ajuda financeira e interesse da Universidade em mantê-lo.

No final do ano passado, a professora do Departamento de Artes, Marta Penner, assumiu a direção do Núcleo com a idéia de reviver o gigante adormecido. Para isso, está tentando promover grandes exposições, além de reativar os cursos de cerâmica e litografia e os projetos de extensão do Departamento. Além disso, o curso de Educação Artística passou a ser separado em Artes Visuais, Teatro e Educação Musical. É provável que todas essas transições tragam bons frutos para o NAC. Entretanto, é necessário que o projeto atual seja reavaliado para que funcione de acordo com as condições vigentes.

Numa grande investida de Marta Penner à frente do Núcleo, estão em exposição as telas do artista suíço Dieter Ruckhaberle. O artista passa seis meses na Paraíba em seu atelier produzindo e seis meses em sua terra natal. Suas obras giram em torno de histórias, geralmente inspiradas no Oriente Médio. O tema da exposição em cartaz é “Abisague de Sunem e o Rei Davi”. As telas estarão no NAC até o dia 31 de Março.


Wednesday, February 28, 2007

Edie Sedgwick - Factory Girl


Em Dezembro do ano passado entrou em cartaz nos EUA um filme estrelado por um dos ícones da moda atual, Sienna Miller, chamado Factory Girl. O filme é sobre a vida de Edie Sedgwick, a mocinha da foto acima, que foi também um ícone de moda e comportamento na década de 70.

Creio eu que atualmente não há quem nunca tenha ouvido pelo menos algo sobre as décadas de 60/70 e o movimento underground de NYC. Uma época fervilhante onde surgiram grandes artistas em todas as áreas que são fonte de inspiração para muita gente por aí. É a época em que Andy Warhol explode para o mundo com a sua pop art. Vivienne Westwood choca os padrões de moda da alta costura mostrando suas “shiny boots of leather”. Surge o Velvet Underground, New York Dolls, The Doors, David Bowie ataca de Ziggy Stardust, surgem os Ramones, Sex Pistols (com influência direta da V. Westwood), Patti Smith... Isso sem falar no rebuliço fora da cena punk.

Mas é nesse cenário underground que um mundinho em particular se torna conhecido: a Factory. E também é por causa desse "mundinho" que algumas pessoas ficaram conhecidas no showbizz, entre elas, a Edie Segwick.

A Factory era o atelier/escritório de Andy Warhol. Andy não era apenas artista plástico como muita gente pensa. Ele também empresariava bandas, fazia filmes, peças... Sendo assim a Factory acabou se tornando o reduto “cool”. Ponto de encontro de qualquer pessoa que mexesse com arte ou que simplesmente quisesse aparecer por lá. As lendárias aparições em público de Warhol acabaram deixando-o conhecido como “domador de show de excentricidades”, isso por estar sempre acompanhado de suas musas que eram modelos, travestis, prostitutas, rock stars...

Uma das musas mais marcantes de Andy com certeza foi Edie Sedgwick. Ela começou sua carreira como modelo, porém nunca foi muito aceita no meio, apesar de ser protegida da Diana Vreeland que costumava dizer que ela era exemplar da juventude de sua época pelo seu comportamento e percepção de moda. Até que um dia conhece Warhol e começa a acompanhá-lo em suas aparições e a protagonizar seus filmes. Depois disso ela passou a ser a “mocinha cool” de Manhattan. Fez filmes, desfiles, editoriais e é a Femme Fatale retratada na música do Velvet Underground.

Além de Warhol outra pessoa que se encantou por Edie foi Bob Dylan, que acabou compondo músicas com referências a ela, como "Leopard-skin pill-box hat”.

Edie acabou morrendo cedo, aos 28 anos, vítima de uma overdose (como qualquer pessoa que viveu intensamente a década de 70) de calmantes.

Sinceramente estou muito ansiosa para ver esse filme. Não apenas para ver Sienna interpretando Edie, que conhevamos, são totalmente opostos. Edie era uma das pessoas mais legais do livro “Mate-me por favor”. O filme promete mostrar muito do “backstage” da Factory e do Chelsea Hotel (lugar onde boa parte dos rock stars, modelos e até groupies moravam). Dizem também que a história dela foi um pouco modificada para o filme... Bem, vamos ver no que isso vai dar. Só espero que passe logo por aqui, já que João Pessoa às vezes parece estar mais para África do que para Brasil. ¬¬

Thursday, February 01, 2007

Lino Villaventura - Surpresa Art Noveau

Depois de ver muita mesmice no Fashion Rio (claro, salvas algumas exceções realmente boas) devo admitir que fiquei com a maior preguiça de acompanhar o São Paulo Fashion Week e de comentar sobre os dois aqui no blog. Até que ontem, fuçando o site do SPFW, me veio uma foto do desfile do Lino Villaventura. :O
Lino é um estilista de Fortaleza cujas criações nunca chamaram minha atenção. Sempre achei as coisas dele bem breguinhas pra falar a verdade. Aquele papo de "tecidos da natureza" não me atraia em nada... Pior ainda quando descobri que ele era o estilista da Xuxa. Até antes de ontem isso era um fato. Hoje não é mais... Dando uma olhada preguiçosa pelo site do SPFW vi umas fotos de um certo desfile onde a passarela era xadrez e os modelos eram meio estruturalistas, meio art noveau... E eu não falo de uma silhueta art noveau, mas do processo criativo por um todo. Fiquei chocada com a beleza daquilo. E quando fui ver de quem era... Puff! Lino Villaventura. Finalmente o rapaz se achou em meio às suas criações.
Com o tempo de estrada que ele tem, com certeza ele tem bagagem pra encarar uma linha de modelagem calcada em estruturas e texturas - o que eu acho o máximo. Essa parte do desfile dele ficou linda. Com um "ps" para o vestido vermelho que lembra muito o do auto retrato de Tarsila do Amaral.
Essa "arquitetura" aliada ao onirismo da outra parte da coleção deu um tom magistral. De repente modelos com vestidos estruturados e ao mesmo tempo delicados a ponto de parecerem vitrais.. Vitrais esses que lembravam libélulas, jardins, florzinhas secas, vidrinhos de perfume das nossas bisavós... Tudo muito trágico mas também muito mágico e simbolista. Quase uma pintura de Alphonse Mucha com decotes à lá Dior.
Fiquei encantada com o desfile. Parecia que estava dentro de alguns dos meus filmes favoritos, entre eles (e principalmente) "Assassinato em Gosford Park" (Robert Altman).



vídeo do finalzinho do desfile

Sunday, January 28, 2007

Cibelle Cavali feat. Devendra Banhart

Fiquei tão feliz de vê-los na MTV de madrugada. rs... Recomendo! Muito bom....

A Cibelle é uma brasileira radicada em Londres. Ela é dj do Favela Chic além de ser uma cantora muito aclamada dentro e fora do Brasil pela "classe musical". Enfim, adoro =]

Devendra tava aqui no último Tim Festival. Devo admitir que conheço pouco dele, mas o que conheço gosto muito. Ele vem sendo aclamado como um dos principais representantes do folk psicodélico norte americano. Mas sem as palavras difíceis, acho a voz dele muito doce. Gosto muito. Além do mais ele cantou Batmacumba com os (novos) Mutantes no show do Barbican Theatre! Só por isso já digo que vale a pena conferir a obra do rapaz. =D

Tuesday, January 23, 2007

Herchcovitch, Rococó e Melissa


Desde que entrou no calendário oficial da moda brasileira ao participar do São Paulo Fashion Week, Alexandre Herchcovitch tem mostrado que moda é realmente a sua vida e paixão. Conhecido como um dos magos da moda brasileira, o agora diretor do curso de moda do Senac de São Paulo se prepara para mostrar amanhã a sua nova coleção feminina. Esse ano as principais semanas de moda do país estão acontecendo em intervalos de tempo curtos, o que aparentemente é bom para fixar um período certo no calendário de moda do Brasil. Deixando apenas um intervalo de 4 dias entre o Fashion Rio e o SPFW.
Nessa edição o estilista mostrará não apenas a sua coleção de roupas mas também a coleção de calçados que faz exclusivamente para a Melissa, parceria que acontece desde a criação do scarfun, em 2003. Para o inverno a coleção será inspirada no bordado rococó, e para tal Herchcovitch criou sapatilhas de ponta fina nas cores azul, preto, magenta e branco, tendo ainda dois modelos translúcidos que possuem estampa imitando renda.
O rococó é um estilo artístico que se originou na França, mas foi disseminado pela Europa no século 18. Esse estilo tem como características o uso de formas arrendodadas, de elementos decorativos (como laços, flores e conchas) e por exercer uma certa elegância ao mesmo tempo que alegria e frivolidade. Durante o período em que o estilo esteve em moda na Europa as cores predominantes eram os tons pastéis. Foi durante essa época que um tipo de bordado foi desenvolvido na Europa e trazido para o Brasil. Esse bordado também é chamado de rococó e virou uma das artes mais características das artesãs do interior do país, em especial do nordeste.
Além da parceria entre Herchcovitch e a Melissa, a marca também lançou um concurso onde 4 fotologgers "gold cam" foram a São Paulo fazer oficinas de moda para customizar sandálias que serão lançadas no evento (que vale a pena dizer, é o maior evento de moda da América Latina). Além de customizar os calçados Mari moon, Maluka, Lolly e Apê (impar) também vão fazer a cobertura do evento.

Wednesday, January 17, 2007

David Bowie

Dia desses foi o aniversário dele e eu nem comentei nada... Mas ele dispensa comentários. A poeira estrelar mais fabulosa. =]

Tuesday, January 16, 2007

Um pouco mais de respeito, por favor!

Uma das coisas pelas quais eu mais luto em minha vida acadêmica e profissional é em prol da seriedade no mundo da moda. Odeio quando comento com algum professor da minha faculdade de jornalismo que estou me especializando na área de moda e eles olham pra mim com uma cara de “coitadinha, mais uma perua virando colunista social”. Mas eu nem posso culpá-los tanto por isso. Moda, por ser uma área profissional relativamente nova, ainda está muito desestruturada. E boa parte da culpa disso é dos ditos profissionais que “habitam” a área. Pessoas que só querem saber de festa, festa e festa. E então ficamos sem saber onde está o trabalho árduo da coisa. Björk mesma disse “não acredito em inspiração mas em trabalho árduo”. Produzir moda é fazer um trabalho árduo de pesquisa e criação e não baixar um santo louco na peruca do estilista e montar uma coleção em um segundo. Porém por mais que alguns profissionais dêem shows de civismo e profissionalismo, como o Walter Rodrigues deu no primeiro dia, ainda terão outros que estarão lá só para desfazer tudo. É o que está acontecendo com as semanas de moda daqui. Os eventos de moda no Brasil, por mais grandiosos que sejam, nunca vão se profissionalizar se continuarem desse jeito. Eu mesma, pela minha vivência nesse mundo desde que me entendo por gente, já estava acostumada a chegar em eventos de moda e encontrar verdadeiras boates ou salas de chá para peruas da alta sociedade gritarem pelo modelo bombadão de sunga que está desfilando. Sinceramente, isso me fazia até perder um pouco de interesse pelo que estava sendo mostrado.

Eu não estava presente no Fashion Rio para dar meu parecer de como estava a loucura por lá. Por enquanto ainda tenho que correr atrás das minhas fontes e fotos pela internet... Mas a Érika Palomino tava lá, e agora não é a minha vez de gritar por um pouco de seriedade e respeito pelo trabalho dos profissionais que estão mostrando seu trabalho árduo, é a vez dela, uma conceituada jornalista de moda do Brasil, fazer esse apelo. E eu que nem gostava muito do que ela escrevia depois dessa virei fã!


Matéria Érika Palomino

Sunday, January 14, 2007

Começa a temporada de moda no Rio...


Começou o ano e com ele a tão esperada temporada de desfiles de inverno. Hoje foi o primeiro dia do Fashion Rio, realizado na Marina da Glória. O tema do evento esse ano é a fusão cultural do nosso país que é formado por pequenos pedaços do mundo. Esses eventos de moda sempre trazem novos estilistas e nessa edição as novidades são Eliza Conde, Chiaro, Reserva, Caroline Rossato, Luciana Galeão e Kylza Ribas.
Abrindo a temporada de desfiles com chave de ouro, Walter Rodrigues mostrou não apenas uma coleção linda mas também uma lição de responsabilidade – o que na minha opinião chamou mais atenção do que as suas belas criações.
É notável que depois do caso da morte da modelo Ana Carolina Reston o público não deve agüentar ouvir falar em anorexia e problemas com a regulamentação da profissão. Mas esse é um tema recorrente sim, que tem que ser comentado até depois que o problema seja resolvido pra que não se repita.
Dando uma olhada pelas agências de notícias vi o caso que aconteceu hoje no Fashion Rio durante o desfile do Walter Rodrigues. Ele retirou do desfile a modelo Carol Franceschini por não apresentar a documentação necessária para desfilar. Segundo o estilista ela não tinha apresentado ao Juizado de Menores um comprovante de estudo.
Até então eu achava que as modelos não tinham que apresentar nenhuma documentação além da autorização dos pais (isso quando menores de 18 anos) para participar de desfiles. Mas hoje descobri que elas tem que apresentar além da autorização dos pais um atestado de saúde e ainda comprovante de estudo. É um grande avanço para uma área que estava uma verdadeira bagunça. As modelos deveriam se orgulhar disso. Tudo bem que burocracia demais às vezes pode atrapalhar, mas não custa nada fazer um supletivo e terminar logo a escola antes de seguir a carreira. Ter pelo menos um pouco de estudo garantido não faz mal a ninguém. E isso significa que não é apenas as modelos que precisam se profissionalizar, as agências, estilistas e produtores devem seguir o mesmo. E o ato do Walter Rodrigues deveria ser seguido por todos.
A coleção do estilista foi toda calcada na cultura japonesa e na sua fusão com a brasileira, representada pelo trabalho de bordadeiras de Brasília. O cenário era uma biblioteca antiga e as modelos pareciam bonequinhas japonesas “modernosas”. Tudo muito caprichado em produções bem conceituais, o que é característico dele. Walter é um dos estilistas mais importantes do Brasil. Ele participa há sete temporadas consecutivas da Fashion Week Parisiense. Suas coleções sempre tem toques japonistas o que deve ser resultado da parceria com sua sócia, Áurea Yamashita.
Amanhã no Fashion Rio terá desfile da Melk Z-Da. Uma mocinha de Recife que está botando pra quebrar na moda alternativa (e eu adoooro as coisas dela). =]

Para conferir as fotos do desfile é só clicar no link pro site do Fashion Rio no título da postagem.

link pro Terra